Endocrinologista Dra. Patrícia Mousinho fala sobre a relação entre anemia e obesidade

Dentre as doenças mais preocupantes da modernidade, a obesidade, sem dúvida, ocupa os primeiros lugares nesse ranking. A rotina intensa e os horários apertados inviabilizam a prática de atividade física e alimentação equilibrada. O resultado já é esperado: obesidade e todas as consequências que surgem a partir da doença.

Dentre os prejuízos à saúde causado pelo sobrepeso, e pouco conhecido, é a anemia. Com a falta de hemoglobina no sangue, o corpo recebe menos oxigênio provocando tontura, palidez, sensação de cansaço, dificuldade de concentração, entre outros sintomas.

“A obesidade é um estado inflamatório sistêmico e a acentuada inflamação no tecido adiposo do obeso favorece a produção de uma proteína, a hepcidina, que regula o metabolismo do ferro. Seu aumento diminui a absorção e a utilização do ferro, que fica retido nas células, favorecendo a anemia”, explicou a médica.

 

Estudos já apontaram que existem três classes de anemia. A mais comum é a anemia causada pela carência de algum nutriente, como por exemplo, o ferro. A melhor maneira de se prevenir a doença, ainda segundo a endocrinologista, é redobrar os cuidados com a alimentação.

“A anemia pode acometer pessoas com sobrepeso e obesidade. Durante muito tempo, essa associação, aparentemente paradoxal, foi explicada por uma dieta desequilibrada, mas, sabe-se hoje, que a obesidade propriamente dita é o fator que predispõe o desenvolvimento de anemia, que ocorre por deficiência de ferro nesses pacientes”, afirmou a médica.

Mousinho ainda alerta que a anemia diminui a resistência às atividades físicas, contribuindo para o sedentarismo que perpetua a obesidade. “A receita para se livrar de todos esses prejuízos não poderia ser outra. O combate à obesidade se dá através de mudança do estilo de vida, atividade física e dieta sob orientação nutricional e acompanhamento endócrino”, concluiu.

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